quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Se revoltar, pra que? Vai falar de amor!!

Aos 14 anos eu era um pseudo revoltado, junto com meus amigos montei uma banda, criamos um movimento na nossa cidade (Ferraz de Vasconcelos-SP) e acredito que por uns 4 anos inspiramos alguns outros a fazerem o mesmo. O tempo foi passando, nós fomos crescendo, a banda foi se diluindo, as namoradas dos meus amigos (Yoko Ono's da vida) batiam neles e assim eles desistiam, mas eu montei outra banda que acabou depois de um 4 anos. Minha revolta com o sistema ainda continuava forte, roubalheira, corrupção descarada, desigualdade social e outras tantas peculiaridades desse país me deixavam terrivelmente raivoso. 
O tempo continua passando, agora estou com uns 22 ou 23 anos e começo a ver alguns daqueles revoltados do passado montando bandas de "hardcore" que falam de amor, relacionamento com meninas, relacionamento com meninos, falam de bebidas, festas da faculdade, mas não falam nada sobre política. Onde foi parar a aquela revolta de 6 ou 7 anos atrás?
Montei outra banda, falando mal do governo e do sistema como um todo, essa durou uns 3 anos, nunca gravamos. A noiva do vocalista batia nele e o obrigou a casar com ela. Um tempinho sem tocar, criei um blog e também casei, mas a Jujuca nunca me bateu ou me fez desistir de algo que eu gostasse.
Agora, com uns 27 ou 28 montei outra banda, uma banda de SKA (www.myspace.com/skabando) que falava de política, desigualdade social, falsidade e coisas do cotidiano, banda esta que me deixou orgulhoso quando depois de tocar num festival de SKA fui abordado por rapaz de disse: "Cara, parabéns. Até que enfim vi uma banda de SKA que não fala de pinga, futebol, maconha ou festinhas de faculdade". Essa banda durou exatos 2,5 anos.
Hoje estou com 32 anos e há 2 anos não encosto numa guitarra. Nesses 14 anos vi uma geração de merda criticar, xingar, reclamar, orar e nunca fazer nada para melhorar esse país, inclusive me incluo nisso.
Escrevo esse texto após ler as notícias sobre CPI do Cachoeira, Julgamento do Mensalão e outras bizarrices que acontecem por aqui desde antes dos meus 14 anos e que ninguém nunca julgou importante o bastante para tentar mudar tal situação, até pensei que não usaria mais esse blog para fazer isso, mas infelizmente não consigo.
Tenham um bom natal e um ótimo ano novo, igualzinho aos últimos 14 anos.

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